domingo, 15 de abril de 2012

Guiné-Bissau: Espaço marítimo e aéreo interditado pelas Forças Armadas

Bissau, 15 abr (Lusa) - As Forças Armadas da Guiné-Bissau interditaram a partir de hoje o espaço marítimo e aéreo "aos tráfegos provenientes do estrangeiro", por uma questão "de segurança nacional e de salvaguarda da entidade territorial da Guiné-Bissau".

Em comunicado, as Forças Armadas dizem que tal decisão implica "dizer que qualquer outra operação de entrada" no país, "quer por via marítima terrestre ou aérea, só se efectuará com uma autorização prévia do Estado-maior, mediante a apresentação dos planos e objectivos desta operação, com a respectiva indicação das referências técnicas dos aparelhos que eventualmente estarão implicados na operação".

A medida de carácter militar, acrescentam, não porá em causa o processo de saída dos efectivos militares angolanos da Missang, "já em curso no país, devidamente autorizada pelo Estado Maior".

A aventura dos militares em Bissau condenada pelo mundo

São Tomé
Presidente da República condena golpe de estado militar na Guiné-Bissau

São Tomé - O chefe de Estado de São Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da Costa, reagiu a situação político militar na Guiné-Bissau e condenou de forma ''clara e inequivoca'' o golpe de Estado militar ocorrido naquele país da África ocidental.

Em comunicado enviado à STP-Press, o líder são-tomense assinala que acompanha com ''especial atenção e preocupação'' o levantamento militar que resultou na detenção dos príncipais líderes bissau-guineenses, "democraticamente eleitos", afirmando que teme pela vida nomeadamente do Primeiro-ministro, Carlos Gomes Junior, e do Presidente interino, Raimundo Pereira.

Moçambique condena golpe de Estado em Bissau

O GOVERNO moçambicano condenou sábado, “veementemente” o golpe de Estado na Guiné-Bissau, desencadeado no dia 12 do corrente mês por militares e reiterou o seu total apoio aos esforços internacionais para o restabelecimento da ordem constitucional naquele pais.

Executivo angolano reitera contínuo apoio e solidariedade à Guiné-Bissau

Luanda - O ministro da Defesa Nacional, Cândido Pereira Van-Dúnem, reiterou hoje, em Luanda, a posição do Executivo angolano em continuar prestar total apoio e solidariedade à República da Guiné-Bissau, embora se ter dado por findo o programa da missão militar angolana neste país africano.

Guiné-Bissau: Cabo Verde condena veementemente a “tentativa” de golpe de Estado

Cidade da Praia, 13 Abr (Inforpress) – O governo de Cabo Verde condena veementemente a tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau, disse hoje o primeiro-ministro, José Maria Neves, salientando que nada justifica o “levantamento militar” num país democrático.

ONU condena golpe e reclama o regresso do governo civil na Guiné-Bissau

O Conselho de Segurança da ONU "condenou firmemente" o golpe na Guiné-Bissau e pediu o regresso do poder civil, depois de os militares terem detido o primeiro-ministro, o Presidente e outros membros do Governo.

Guiné-Bissau: PR condena "veementemente golpe de Estado" e apela a posição firme da comunidade internacional

Mafra, 12 abr (Lusa) - O Presidente da República, Cavaco Silva, condenou hoje "veementemente o golpe de Estado na Guiné-Bissau na noite passada" e apelou a uma posição "firme e determinada" da comunidade internacional.

Brasil condena o golpe militar na Guiné-Bissau

O golpe militar deflagrado na Giné-Bissau na noite da última quinta-feira (12) provocou manifestações de repúdio de governos que fazem parte da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e de países africanos.

O Ministério das Relações Exteriores brasileiro divulgou nota na qual “condena veementemente” o golpe e recomenda ao comando militar que está à frente do golpe a libertação imediata das pessoas presas.

UE condena golpe militar e adverte que "não apoiará governo ilegítimo" na Guiné Bissau

Bruxelas, 14 abr (Lusa) - A Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Catherine Ashton, condenou hoje veementemente o golpe militar na Guiné-Bissau e advertiu que a Europa "não apoiará um governo ilegítimo".

Desde Bissau um pedido de ajuda no Face Book

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XXXXXXXX (suprimi o nome)
Gente acabei de receber este pedido de ajuda de interlocutores meus da Guiné, para onde sigo ainda hoje:

Assunto: LEIAM É IMPORTANTE

AMIGOS E FAMÍLIA,

ESTE É UM PEDIDO DE DESESPERO, AJUDEM-NOS DESDE FORA, FAÇAM VER QUE A NOSSA SITUAÇAO AQUÍ PENDE DE UM FIO. ESTAMOS ASSUSTADOS.

NAO PODEMOS FALAR POR TELEFONE , HA ESCUTAS E TUDO O K DIZEMOS É COM O MEDO DE SERMOS OUVIDOS, NAO PERGUNTEM NADA SE FALARMOS. EM SEGUIDA VEM ALGUEM À TUA CASA BUSCAR-TE OU AMEAÇAR-TE.

TEMOS MEDO PORQUE NAO PODEMOS EXPRESSAR-NOS, NAO PODEMOS MANISFESTAR-NOS E NEM PODEMOS REUNIR-NOS EM GRUPOS.
SENTIMOS-NOS COMPLETAMENTE OPRIMDOS E SUFOCADOS. POR ISSO PEDIMOS A TODOS
VOCÊS GUINEEENSES QUE ESTAO FORA NO ESTRANGEIRO E PODEM GRITAR,
GRITEM POR NÓS,QUE SEJAM A NOSSA VOZ LÁ FORA E DIVULGUEM O K SE ESTÁ A PASSAR. AJUDEM-NOS A FAZER CHEGAR A NOSSA VOZ AÍ FORA.
PEÇO-VOS USEM AS REDES SOCIAIS, O FACEBOOK E DIVULGUEM ESTA MENSAGEM:

“BASTA DE VIOLÊNCIA NA GUINÉ-BISSAU. O POVO NAO AGUENTA MAIS”.

PEÇO A AJUDA DE TODOS QUE RECEBEREM ESTA MENSAGEM QUE SAO DA MINHA CONFIANÇA, QUE APAGUEM O REMITENTE E ENVIEM A MENSAGEM AO MAXIMO DE PESSOAS DA COMUNIDADE GUINEENSE NO EXTERIOR PARA QUE TOMEM UMA POSIÇAO, QUE GRITEM POR NÓS QUE NAO PODEMOS FAZE-LO.
ESTAMOS SUFOCADOS, ANGUSTIADOS E TEMOS MEDO DAS REPRESÁLIAS.
TODOS OS QUE PARTICIPAMOS NA CAMPANHA ESTAMOS AMEAÇADOS, ESTAMOS CONTROLADOS E SOMOS VIGIADOS.
SENTIMOS UM SUFOCO TAO GRANDE QUE REVOLTA.
NEM UMA MARCHA PELA PAZ NOS PERMITEM FAZER…

GRITEM POR NÓS…AJUDEM-NOS A FAZER O MUNDO SABER QUE ESTAMOS CANSADOS…QUE NAO PODEMOS CONTINUAR ASSIM.
CHEGA DE VIOLÊNCIA NESTE PAÍS.

OBRIGADO

Primeiro-ministro guineense obrigado a assinar resignação

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, e o presidente interino, Raimundo Pereira, foram levados para o Forte D'Amura, em Bissau, e estão a ser obrigados a assinar o documento de resignação aos respectivos cargos. As famílias dos dois políticos temem que os militares estejam a usar meios menos apropriados para conseguir esse objectivo.

O comando militar que assumiu o poder através de um golpe de Estado pretende levar avante o seu plano de formar um governo de unidade nacional liderado por Henrique Rosa, sendo Kumba Ialá o presidente.

A persistência neste acto, apesar da condenação internacional, já está causar divisões na ala militar e, sabe o CM, ontem foi detido em Bissau um militar de alta patente, Mário Có, que condena o golpe.

A posição enérgica da CPLP, que se mostra disposta a intervir militarmente, já provocou várias deserções nas fileiras do exército.

UNTG & CGSI-GB APELAM À GREVE GERAL

COMUNICADO CONJUNTO

A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau, e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes, ambas Centrais Sindicais, foram surpreendidas com mais uma sublevação militar e consequente alteração da ordem constitucional, cujas consequências do ponto de vista político, económico, social e laboral são incalculáveis.

A democracia reserva a cada sensibilidade social, incluindo aos sindicatos enquanto representantes da classe trabalhadora, o dever de velar pela promoção de um ambiente politico susceptível de assegurar um panorama económico e financeiro adequado às aspirações da sociedade e dos trabalhadores em particular.

Por conseguinte, o status quo provocado pelo golpe de estado anunciado no pretérito dia 12 de Abril do ano em curso, mergulhou o país numa crise sem precedentes com consequências que comprometem substancialmente a vida dos trabalhadores e das suas famílias, ou seja, coloca a Guiné-Bissau perante um descalabro social, ao qual a classe trabalhadora não pode ficar indiferente.

Perante estes factos e em pleno exercício dos direitos cívicos e laborais, a UNTG e a CGSI, deliberam em conjunto o seguinte:

1. Condenar com veemência a alteração da ordem constitucional e democrática;

2. Exortar a todos os trabalhadores em geral a manterem-se nas suas respectivas residências ate a restituição da normalidade constitucional;

3. Apelar a mobilização em massa de toda a classe trabalhadora, observando apenas o respeito aos serviços mínimos obrigatórios nos sectores essenciais, saúde, portos e aeroportos;

4. As duas centrais sindicais advertem que esta paralisação laboral prosseguir-se-á se não houver a reposição da ordem constitucional democrática.

Feito em Bissau aos 15 dias do mês de Abril 2012
Estêvão Gomes Có Filomeno Cabral

(com Ditadura do Consenso)

Os partidos políticos da oposição decidiram criar um Conselho Nacional de Transição

Bissau, 15 abr (Lusa) - Os partidos políticos da oposição na Guiné-Bissau decidiram criar um Conselho Nacional de Transição, que irá depois escolher um Presidente e um primeiro-ministro de transição, até à realização de eleições.

Depois de uma reunião que começou de manhã e que só terminou ao anoitecer, o porta-voz dos partidos, Fernando Vaz, disse que na segunda-feira será discutida e aprovada uma Carta de Transição, na qual se define o número de pessoas que esse Conselho terá, o tempo de duração da transição e quem será o Presidente e o primeiro-ministro.

"A criação do Conselho Nacional de Transição implica a dissolução do Parlamento", disse Fernando Vaz, admitindo que tudo será concluído já na segunda-feira.

Bissau espara ainda por esclarecimentos sobre a situação política

Noticias de Bissau dão conta que o Comando Militar, que na quinta-feira tomou o poder na Guiné-Bissau, voltou hoje a mandar encerrar as rádios privadas, segundo a "Lusa" de fontes das emissoras.


Por outro lado é sabido, segundo blogs de que desde Bissau actualizam os acontecimentos, que a mulher do primeiro-ministro, Salome Gomes, esta refugiada na Embaixada de Portugal em Bissau.

Os partidos da oposição estão desde a manhã de hoje reunidos na busca  de uma solução para a situação que se vive no país.  


Noticias dão ainda conta que os militares estão a dificultar o acesso do pessoal médico e enfermeiros ao principal hospital do país, o Hospital Simão Mendes. Situação que vem piorar ainda mais a extremanete difícil situação laborar neste estabelecimento. 

Sabe-se que a Unidade hospitalar tem disponível para hoje, somente 200 litros de combustivel, que dará, segundo os calculos, para até o início da noite, uma vez que desde o levantamento militar o fornecimento de energia electrica na capital, está grandemente comprometido.

Forças Armadas portuguesas a caminho da Guiné-Bissau

A Força de Reação Imediata (FRI) das Forças Armadas portuguesas, composta por uma fragata, uma corveta e um avião P-3 Orion, partiu hoje ao início da tarde para a Guiné-Bissau.

Fonte oficial do Ministério da Defesa afirmou à Lusa que os militares portugueses não têm qualquer  operação definida para já e que esta decisão acontece na sequência do aumento do nível de prontidão da FRI.

"O objectivo desta decisão é ficarmos mais próximos da Guiné-Bissau caso venha a ser necessário proceder a uma missão de evacuação de cidadãos portugueses e de pessoas de outras nacionalidades", referiu esta fonte.

Manifestação pacífica em Bissau reprimida pelos militares

Foi dispersada há momentos uma manifestação pacifica na cidade de Bissau, quando um grupo de cidadãos se aproximava do Palácio do Povo, edifício da Assembleia Nacional, numa clara demonstração de repúdio pelo levantamento militar, que desde quinta feira passada 12 de Abril, mergulhou o país em mais uma vergonhosa situação de instabilidade, de contornos ainda não claramente definidos.

Esta marcha organizada pela sociedade civil é um grito de “BASTA” que os militares continuam a não querer ouvir.

Cidadãos civis, jovens, mulheres e homens idóneos da Guiné Bissau, sentem-se mais uma vez amordaçadas as suas vozes, por homens, cujos actos demonstram claramente terem a cabeça vazia da quaisquer projectos ou ideias para o país. Homens cuja única linguagem que entendem e sabem falar é a das balas, uma língua que hoje se quer descartada das sociedades.

A incompetência dos militares revoltosos guineenses, nem lhes permite dialogar, ouvir os cidadãos, na procura de vias para possível resolução de uma situação que tão imbecilmente criaram.

Mais numa vez o povo quis hoje sair às ruas para se fazer ouvir, e aqueles que, em comunicados lidos na Rádio, dizem preocupar-se com o povo, não quiseram ouvi-lo.

Vamos continuar a gritar “BASTA” até que as vozes se nos fujam. De certo que seremos ouvidos.

 

Veja agora as imagens captadas pelas câmaras da RTP.
 Bissau viveu manhã violenta na sequência de protestos - Mundo - Notícias - RTP

O medo reina em Bissau

Este domingo está a ser dominado por medo generalizado. Depois de dispersão brutal da uma marcha pacífica de um grupo de Jovens, junto as instalações da Assembleia Nacional em Bissau, jovens que unicamente pretendiam fazer ouvir as suas vozes e pedir um "Basta" para tanto sofrimento que a Guiné Bissau conhceu nos últimos tempos.

Perante este acto musculado e intimidatório as pessoas estão amedrontadas. Foi o que pude verificar há minutos, numa conversa com um morador da capital. As pessoas têm medo de falar para não sofrerem as consequencias, e as poucas que ousam dizer algo, escolhem cuidadosamente o que dizer.

A situação é de tal ordem que a representação das Nações Unidas em Bissau, está reunida para decidir sobre a eventual evacuação do pessoal desnecessário.

Muito provavelmete outras representações farão o mesmo. Tudo isso quererá dizer que se a ajuda não for enviada nas próximas horas, a imprevisibilidade da situação deixará os guineenses a mercê dos caprichos dos militares.

Até quando o sofrimento deste povo que só quer viver em paz.


As incertezas do que se passa em Bissau

Segundo informações contraditórias a circular em Bissau, ainda por confirmar, alguns militares continuam a pilhar casas de antigos governantes, retirando viaturas e outros bens. Contradiatórias continuam também as informações quando ao paradeiro de Ex Primeiro Ministro Carlos Gomes Junior e do Presidente Interino Raimundo Pereira. 

Os militares continuam a dizer que os mesmos estão em lugar seguro e que estão bem, depois de a comunicação social dar conta, ontem, de que de novo teriam sido transferidos para o Quartel Amura em Bissau, depois de terem estado no aquartelamento Militar de Mansoa, há cerca de 60 quilómetros da Capital.

Observadores pensam que  que essas informações contraditórias são manobras dilatórias para confundir a opinião pública e evitar um eventual resgate por parte de populares.


Por outro lado, em declarações a Imprensa, após o encontro de Lisboa de Ministro de Negocios Estrangeiros e de Relações Exteriores dos países da CPLP, o ministro Guineense dos Negocios Estrangeiros, Mamadu Saliu Pires disse acreditar que o Chefe de Estado Maior das Formas Armadas Guineenses, António Indjai, esteja à cabeça do auto intitulado Comando Militar.



Para Saliu Pires as noticias da sua detenção, pelos militares, nada mais são que tentativas de confundir propositadamente a opinião pública.