Elementos que representam mais de cem organizações da sociedade civil,
que este domingo reuniram-se no Parlamento da Guiné-Bissau, apelaram ao
PAIGC, maior partido do país, para participar nas conversações com
militares de modo a ultrapassar a crise política.
Os apelos foram feitos à saída de uma série de
reuniões que estão a decorrer no Parlamento guineense para tentar
encontrar uma saída para a crise criada com o golpe de Estado. Em nome
do Movimento da Sociedade Civil (plataforma que junta mais de 100
organizações), Filomeno Cabral disse aos jornalistas que "sem o PAIGC
será impossível encontrar-se uma saída à crise" existente.
"Condenamos
o golpe, apelamos o regresso à normalidade democrática e constitucional
através do Parlamento e da devolução do poder ao PAIGC", disse Filomeno
Cabral, salientando que esta é o posicionamento das organizações da
sociedade civil.
O PAIGC (Partido
Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) recusa-se a participar
nas reuniões com os militares autores do golpe de Estado alegando que só
aceita dialogar após a libertação do seu líder e primeiro-ministro,
Carlos Gomes Júnior, bem como Raimundo Pereira, Presidente interino do
país, ambos detidos, em parte incerta, pelos militares.
De
acordo com este activista, o Movimento da Sociedade Civil vai procurar
"fazer a ponte" entre o PAIGC e os autores do golpe no sentido de
convencer o partido de Carlos Gomes Júnior a aceitar vir para as
conversações.
"A sociedade civil vai
fazer a ponte e chamar o PAIGC à razão para vir à mesa das negociações,
para que possa colocar as suas condições, isto é, a exigência de
libertação dos seus líderes. Será necessária a presença do PAIGC nas
negociações para a saída desta crise", observou Filomeno Cabral.
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