Especialista em Guiné diz que o golpe de Estado não foi um acto
inesperado e foi forjado numa aliança de circunstância entre os
militares e a oposição
O professor Eduardo Costa Dias disse que o golpe de Estado na
Guiné-Bissau não era de todo inesperado, e defendeu por isso uma
intervenção militar estrangeira no país.
Na sua análise à Voz da América, Costa Dias que é docente do Centro
de Estudos Africanos do ISCTE em Lisboa, considera o actual golpe
militar como o resultado de uma aproximação dos militares à oposição.
Uma oposição composta pelos 5 candidatos menos votados nas eleições
presidenciais.
Para esse especialista da Guiné, o golpe de Estado tem por objectivo
criar um governo de unidade nacional e adiar sine-die o desfecho das
eleições presidenciais previsto para o dia 29 deste mês.
Segundo o nosso interlocutor, “há dois meses a tropa comandada
pelo General Indjai aproximou-se da oposição tendo deixado em suspenso e
sem o seu apoio o governo do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e os
poderes estabelecidos.”
Essa aliança com a oposição adiantou o Professor Costa Dias, terá
alimentado na oposição guineense o sentimento de que as eleições
presidenciais tinham que ser adiadas.
“Penso que um número significativo de candidatos das eleições
presidenciais sempre pensou que esta era a bomba atómica ideal para
adiar as eleições e tentar fazer um governo dito de unidade nacional que
atirasse as eleições para daqui à muito tempo depois de um hipotético
novo recenseamento eleitoral,” rematou o professor Eduardo Costa Dias.
Acompanhe as declarações do professor Eduardo Costa Dias
(Com Voz de America)
Acompanhe as declarações do professor Eduardo Costa Dias
(Com Voz de America)
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