Bissau, 19 Abr (Lusa) - O Comando Militar que tomou o poder na
Guiné-Bissau diz que o Governo de transição será mais técnico e menos
político e aberto ao maior partido (PAIGC), para "arrumar o país" em
dois anos, a começar pelas Forças Armadas.
Em entrevista à Lusa em Bissau, Daba Na Walna, porta-voz do Comando
Militar das Forças Armadas, diz que vai propor os nomes dos
vice-presidentes da Assembleia Nacional Popular (Serifo Nhamadjo e Sori
Djaló) para cargos de condução do governo de transição, após o golpe de
Estado 12 de abril, e justifica o motivo para dois anos de transição com
uma questão de disciplina nas forças armadas.
Faz também um balanço do estado das Forças Armadas da Guiné-Bissau,
lamenta situações de pânico e admite que tenham havido excessos dos
militares, quando do golpe, nomeadamente o roubo de bens pessoais de
políticos guineenses. "Ouvi falar (das pilhagens), é natural que numa
situação destas e com as Forças Armadas que temos, que não têm
disciplina militar - eu costumo dizer, isto aqui é um 'bando armado' - é
um perigo com que estamos a lidar, tem de haver regulamento da
disciplina militar. É por isso que pedimos uma transição de dois anos,
para que se faça o trabalho de casa", diz.
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